Seu filho não abre mão do biscoito nosso de cada dia e daquele cheeseburger no intervalo da escola para matar a fome? Melhor repensar esses hábitos dele, ok? Eles podem parecer que não causam impacto algum - ele continua sem gordura, com a pressão perfeita e, como o pediatra adora dizer, vendendo saúde -
só que o custo de tanto descuido pode vir mais pra frente e o que é pior: com juros!
Criança, adolescentes e jovens, em sua maioria, têm um metabolismo invejável e uma saúde ferro e é exatamente isso que garante tanta disposição e vitalidade para curtir todas as delícias que essas fases da vida proporcionam, mas isso não quer dizer que não hábitos inadequados não causem impacto algum. Abaixo, listo alguns desses possíveis problemas, mas acho importante iniciar explicando, afinal, o que são alimentos ultraprocessados.
O que são alimentos ultraprocessados?
Os alimentos ultraprocessados são produtos industriais feitos a partir de ingredientes como óleos, gorduras, açúcares, amidos e proteínas, além de substâncias sintetizadas em laboratórios, como corantes, aromatizantes e emulsificantes. Exemplos comuns incluem refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, macarrão instantâneo e diversos tipos de fast food.
Impactos na saúde cardiometabólica
Estudos têm mostrado uma forte ligação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento do risco de problemas cardiometabólicos, como obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Mas por que isso acontece? Abaixo, listo de forma resumida os principais motivos:
Alto teor de açúcar e gorduras trans
Muitos ultraprocessados são ricos em açúcares e gorduras trans, que contribuem para o aumento do colesterol LDL (o “mau” colesterol) e triglicerídeos, além de reduzir o colesterol HDL (o “bom” colesterol). Essas alterações lipídicas são fatores de risco conhecidos para doenças cardíacas.
Excesso de sódio
A elevada quantidade de sódio presente nesses alimentos está associada ao desenvolvimento de hipertensão arterial, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares.
Baixa qualidade nutricional
Alimentos ultraprocessados geralmente possuem baixo teor de fibras, vitaminas e minerais, nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo e a manutenção da saúde.
Inflamação e resistência à insulina
O consumo frequente de ultraprocessados pode levar a um estado inflamatório crônico e ao desenvolvimento de resistência à insulina, que são precursores do diabetes tipo 2 e de doenças metabólicas.
Saiba porque hábitos saudáveis de alimentação devem ser incentivados desde cedo
A exposição precoce a alimentos ultraprocessados pode "programar" metabolicamente o organismo de uma criança, predispondo-a a problemas de saúde na vida adulta. Isso ocorre porque o consumo regular desses alimentos, ricos em açúcares, gorduras trans e aditivos artificiais, pode alterar a microbiota intestinal, promovendo inflamação crônica e resistência à insulina. Além disso, esse hábito durante anos pode influenciar pode afetar a regulação do metabolismo energético, o armazenamento de gordura e a resposta inflamatória.
Essas mudanças podem levar a um desbalanço nos hormônios de saciedade e apetite, resultando em consumo excessivo de calorias e ganho de peso. O acúmulo de gordura visceral e o aumento no número de células adiposas durante a infância são outras consequências, elevando o risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares na vida adulta.
Como proteger as prianças?
Educação alimentar
Ensinar as crianças sobre a importância de uma alimentação balanceada e os riscos associados ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados é fundamental.
Oferecer alimentos naturais e Minimante processados
Incentivar o consumo de frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras é essencial para uma dieta equilibrada e saudável.
Evitar a disponibilidade de ultraprocessados
Manter esses alimentos fora do alcance das crianças e não incluí-los nas compras habituais pode reduzir significativamente o consumo.
Preparação de refeições em casa
Priorizar refeições feitas em casa, com ingredientes frescos e naturais, pode garantir uma nutrição adequada e controlar a qualidade dos alimentos consumidos.
O seu filho pode reclamar hoje, mas tenha certeza de que no futuro ele irá agradecer. Lembre-se: dizer não é muito mais difícil para uma mãe ou pai do que dizer sim, mas existem inúmeras situações em que essa negativa trará enormes benefícios. Dizer não a alimentos ultraprocessados é uma delas.